quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

ASCAJU (Entidade) quer maior produção do caju

Lideranças buscam uma retomada da economia do caju.

Da esquerda para a direita, João Batista Ponte, Rodrigo Diógenes, Francisco José de Sousa (presidente da Ascaju), Wagner Jucá e o deputado estadual Manuel Duca da Silveira

Fortaleza. Tudo se aproveita e nada se perde. Essas são as vantagens há tempos sentidas pelos produtores de caju, mas que ainda se ressentem das grandes perdas do pedúnculo. Agora, a ideia não é apenas fazer o aproveitamento correto de todo o produto do cajueiro, como também ampliar os recursos para adubação e novo reflorestamento no Ceará.

Essas são as metas da nova diretoria da Associação dos Cajucultores do Estado do Ceará (Ascaju), que tomou posse em dezembro passado.

O presidente Francisco José de Souza disse que o compromisso maior é privilegiar iniciativas que venham a destacar a cajucultura na economia cearense. Dentre as medidas criativas está a concepção de uma máquina que produz o melado a partir do pedúnculo. A iniciativa partiu do produtor Wagner Jucá e vem sendo desenvolvida no município de Barreira, a 75 quilômetros de Fortaleza.

"A castanha tem 100% de aproveitamento, enquanto o pedúnculo é 92% desperdiçado. Ou seja o desperdício é total", diz Wagner Jucá, cuja ideia acabou sendo apoiada pela nova diretoria da Ascaju.

Wagner lembra que a máquina tem um baixo custo e é de fundamental importância para alavancar a economia de pequenos e médios produtores. Com isso, garante que haveria um ganho imediato para as comunidades do Litoral Oeste, que são as mais desprovidas de uma indústria de beneficiamento do suco.

"É indiscutível os ganhos econômicos com a fabricação do melado", afirma Wagner. Com 2,5 quilos se pode produzir 250 ml de melado, com preços de mercado em torno de R$ 5,00.

Integração
Para Francisco José de Sousa essa é uma das boas alternativas para incrementar a economia. Ele explica que a nova diretoria da Ascaju vai se empenhar numa maior integração dos cajucultores cearenses, especialmente nas localidades Aracati, Itapipoca, Camocim, Pacajus e Cariri.

Francisco José observa que há muitos desafios a vencer. Uma delas é a reposição da floresta. A que predomina no Ceará detém uma produção obsoleta, o que requer uma mudança por espécimes de cajueiro anão. A implantação é considerada uma prioridade para mudar o perfil das copas e reduzir a idade de produção dos pomares.

Além disso, a entidade também se empenhará pela produção irrigada e a fertilização dos solos, especialmente em regiões com solos pobres e com uma cultura bastante vinculada com o caju. Ele diz que essas tecnologias não são caras e são de vital importância para o crescimento do setor no Ceará.

"Os pomares velhos têm que ser substituídos e a castanha deverá retomar o valor de mercado que havia há alguns anos", disse o presidente da Ascaju, que faz parte da câmara setorial da Federação da Agricultura do Estado do Ceará (Faec).

A substituição se daria de forma racional e não traria danos ambientais, já que a madeira do cajueiro não tem uma proteção especial pelo Ibama.

Só no Estado do Ceará, são desperdiçados 1,3 bilhões de cajus por ano. Os produtores retiram a castanha e jogam no lixo a outra parte da fruta.

Com a máquina criada Wagner Jucá diz que o suco do caju é extraído para a fabricação de um mel e a polpa é triturada.

Cultivo
O caju é cultivado em aproximadamente 700 mil hectares distribuídos nos estados do Ceará, Piauí, Rio Grande do Norte, Maranhão e Bahia, proporcionando uma safra anual de castanhas de caju em torno de 320 mil toneladas. A castanha de caju "in natura" é a matéria-prima utilizada pela indústria de processamento, que dela obtém a amêndoa de castanha de caju (ACC), e extrai o líquido da casca da castanha (LCC), produtos destinados à exportação. Atualmente, o Brasil ocupa o terceiro lugar na produção mundial.

Mais informações:
Comunidade Uruá
Barreira-Ceará
(a 75 quilômetros de Fortaleza)
Contato: Wagner Jucá
Telefone: (85) 9981.6847 

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