quarta-feira, 16 de maio de 2012

Senador Wellington Dias volta a falar da Frente Parlamentar da Cadeia Produtiva do Caju, no Jornal AGROVALOR



Dizem ser o ‘senador do Nordeste’





AgroValor – Senador, qual o maior problema que emperra o desenvolvimento do Nordeste para a região alcançar o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) ideal? É político, econômico ou cultural?

Wellington Dias – Primeiramente político, porque temos que tomar decisões políticas, mas veja que, neste ponto, podemos destacar que em duas décadas tivemos avanços consideráveis. Os estados do Nordeste tiveram, numa decisão do povo, gestores que passaram a trabalhar aquilo que é essencial. Primeiro: planejamento. É preciso planejar cada vez mais a longo prazo. Não estamos tratando de dez anos. No caso de estados como a Bahia, Ceará, Pernambuco e Piauí estamos planejando vinte anos à frente. Em alguns casos – áreas –, já se trabalha pensando em meio século. Ao planejar ficamos sabendo o que é preciso fazer e percebemos que não é possível fazer tudo imediatamente. O que é que falta de infraestrutura, transportes, de energia, de comunicação? O que é que falta de educação? O que podemos é trabalhar para que possamos ter qualidade de vida descentralizada.Então, principalmente – o que falta – é conhecimento.

AgroValor – Qual a opinião do senhor em relação às políticas públicas que diferenciam a agricultura familiar e o agronegócio?

Wellington Dias – O estado do Piauí veio ter um plano [de desenvolvimento] tardiamente. Nós agora estamos trabalhando para, como o dito popular, 'recuperar o tempo perdido'. Fizemos um plano de vinte anos. Então, do ano de 2003 a 2022, a ideia é que possamos sair, como já estamos saindo, da situação do estado mais pobre do Brasil para a média brasileira. 

Em todos os sentidos. Veja que o Piauí não é mais o estado com o mais baixo IDH. Já ultrapassamos três unidades da Federação e temos todas as condições de continuar crescendo ano a ano. A primeira base é a educação. Criamos o costume de botar a culpa em São Pedro, na chuva, no sol ... Não é nada disso. Deus foi muito bondoso com a Região Nordeste. 

Nós temos áreas onde chove pouco, com riquezas minerais sem tamanho. Todos os estados da região têm diversificação na base econômica, seja na produção animal, vegetal, mineral, serviço como comércio e turismo, enfim... Acredito que a educação é que muda tudo. Temos que fazer com que o cidadão que mora em cada área, conviva e a produza com a riqueza natural extraída e produzida ali. Agregar o máximo de valor, gerando emprego, gerando renda. 

AgroValor – O senhor é uma liderança nova da Região e vem se destacando em Brasília, no Congresso Nacional. Pergunto: existem forças políticas que impedem o desenvolvimento do Nordeste?

Wellington Dias – Nós temos dois problemas. O primeiro é que quem não sabe onde quer chegar, tem dificuldade para encontrar o caminho certo para alcançar um objetivo. Eu creio que já avançamos, mas estamos trabalhando, em cada estado, um projeto como se cada um fosse uma ilha dentro do Brasil. Piauí, por exemplo, não deve crescer sozinho. Se o meu estado tiver um surto de crescimento muito grande, nós vamos ter regiões não desenvolvidas correndo para lá. É o que aconteceu com São Paulo e outros estados da Federação. Então, o que deve-se fazer é que todas as lideranças partidárias e políticas, todas as forças vivas, possam entender os objetivos a serem alcançados. 


AgroValor – E os políticos do Nordeste já compreendem esses objetivos ou existem forças negativas no meio?

Wellington Dias – Não temos forças negativas, e isso já é bom. Mas não temos o positivo no patamar que podemos. Acho que o Fórum dos Governadores do Nordeste, a Coordenação da Bancada do Nordeste, as frentes parlamentares em áreas que temos prioridades, os destaques de lideranças da Região dentro do Congresso Nacional, junto ao Poder Executivo Federal, enfim, a própria participação das entidades na federação, seja dos trabalhadores ou dos empresários. Agora, eu acredito, como estamos (deputados federais e senadores) acertando aqui no Ceará, um embrião de Pacto que, se abraçado, teremos resultados, inclusive a curto prazo. Por exemplo, a criação de uma Frente Parlamentar da Cadeia Produtiva do Caju, bem como trabalhar o Fundo Nacional do Caju. 


"Temos no Nordeste área que chove pouco, com riquezas minerais sem tamanho"

AgroValor – O que é o Fundo Nacional do Caju? 

Wellington Dias – É umfundo que coloca a necessidade de investimentos públicos, que são essenciais e impossíveis de serem bancados pelo setor privado. Alguns exemplos são a área de pesquisa, a área de projeto fito-sanitário e um conjunto de outras questões. Destaco ainda um acordo que fizemos aqui [no Ceará], onde os estados do Piauí, Ceará e Rio Grande do Norte, que respondem por cerca de 90% da produção de caju, pactuaram uma política de preços mínimos. O objetivo é proteger o produtor, a fim de incentivar a produção. 

AgroValor – Senador, durante a palestra (em Fortaleza) o senhor falou que o Governo Federal vai lançar um programa de incentivo à produção irrigada. Como será esse programa? 

Wellington Dias – A Presidente Dilma apresentou ao país, no mês de abril, o Programa Nacional de Irrigação, com o Fundo Nacional de Irrigação. A previsão de investimento é de 15 bilhões (R$) para quatro anos. O objetivo é fazer funcionar os perímetros irrigados que não estão em funcionamento; Ampliar, onde pode ampliar, os que estão em funcionamento e incentivar a irrigação para os pequenos. A meta é alcançar, durante esses quatro anos, mais 200 mil hectares de produção com irrigação na Região Nordeste, praticamente dobrando ou triplicando o número de emprego. 

Fonte: AgroValor (Clique Aqui!)

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