terça-feira, 6 de março de 2012

AGROPACTO: Produtores de caju querem exportar modelo de cooperativismo do Piauí com preço mínimo em três Estados

Deputado DUCAju, Secretário da SDA Nelson Martins, Senador Wellyngton Dias
e o Vice-Presidente da FAEC - Regional Litoral Leste Normando Soares



Baseado na experiência do Complexo COCAJUPI, Cooperativa dos produtores de Caju do Piauí integrada por nove(9)  Cooperativas espalhadas por vários municípios com sede na divisa com a cidade de Campos Sales(CE),  os produtores de caju do Ceará lançaram a idéia de adotar uma política de preço mínimo em três estados: Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte, com o apoio dos governos estaduais , política essa que  já vem sendo praticada no Estado do Piauí. A proposta foi apresentada ontem, 6, durante a reunião do Pacto de Cooperação da Agropecuária, Agropacto, que teve como palestrante o  senador e ex-governador do Piauí, Wellington Dias(PT), que durante  sua gestão como governador incentivou o investimento no campo através do  cooperativismo e da capacitação do produtor como mola mestre para o desenvolvimento de seu Estado. “Lá no Piauí, como  resultado  a castanha chega ao valor total de R$ 5,00 descontado todos os custos o lucro para o produtor  fica a R$1,30 e o preço do pedúnculo R$ o,30 kg médio. Isso tem a ver com o mundo globalizado, que preserva a produção   em grande escala e o menor custo
em resumo esse modelo de concentração atual não agüenta. Temos que pensar em um novo modelo, esse modelo de cooperativa preserva a iniciativa privada,fideliza o sócio,pois  recebendo acima do que o mercado paga temos produtores motivados e,  na outra ponta, a empresa sabe que não tem limites no seu negócio agrega valor ao seu produto.


Nicédio - OCB, Militão - FETRAECE, Nelson Martins SDA, Snador Wellington Dias, Dr. Flávio Saboya - Presidente da FAEC, Deputado Hermínio Resende, Deputado DUCAju, Dra. Maria - Superintendente do MAPA

        Eu acredito nisso, nós acreditamos que em 2022 o Piauí alcançará um grande desenvolvimento, com a expectativa de vida chegando aos  70 anos, aumentando ainda mais a renda per capita, que  cresceu mais de 40% nos últimos anos. Temos o título do Sebrae como o Estado mais empreendedor do Brasil, onde pelo  menos 30  por cento da população  do Piauí é empreendedora. Nossa avaliação é de que se tivermos a coragem de ousar um  projeto desse olhando a integração do planeta, acho que as novas gerações terão novas chances.disse. 



Ele informou ainda que O inverno deste ano  vai ser bom para o caju, mas será ruim para outras culturas,  a previsão é de que vai  chover cerca de 800 milímetros espalhados num período de 8 meses, isso não e bom. afirmou o senador. No final do encontro ficou acertada a visita de um grupode deputados e produtores ao Estado do Piaui, para conhecer a experiência exitosa da Cocajupi.   


Deputado DUCAju, Secretário Nélson Martins - SDA, Senador Wellington Dias, João Batista - Presidente da Associação dos Cajucultores do Estado do Ceará - ASCAJU, Dra. Maria -Superintendente do MAPA


              O deputado estadual  Manoel Duca, Presidente da subcomissão do caju na Assembléia Legislativa  foi o primeiro a sugerir   a coordenação do Agopacto, que é feita pela Federação da Agricultura e Pecuária do estado do Ceará, a  trabalhar junto ao governo do Estado do Ceará,   um  preço mínimo para a cultura do  caju . Seria um passo largo, bem como instalar os postos de compra estabelecendo intercâmbio nos estados. A aquisição de  equipamentos agrícolas  sem imposto,a exemplo do que fez a presidente Dilma Roussef com alguns veículos populares, também foi apontada como uma boa alternativa pelo parlamentar.Vejo a curto prazo  uma solução para os produtores de caju do Ceará que é o melhor  aproveitamento do  pedúnculo, como faz o Piauí. Ele informou que a Assembléia aprovou uma lei de sua autoria,  ampliando  os derivados do caju  na merenda escolar. Pediu ainda  ao secretário ao desenvolvimento agrário Nelson Martins maior atenção   produtores de caju, que na região do Baixo Acaraú,m por exemplo, estão  arrancando cajueiro para plantar  coqueiro por  causa da instabilidade no preço mínimo. Presentes ainda ao encontro que foi coordenado pela Faec, Flávio Viriato de Saboya Neto, os deputados estaduais  Hermínio Rezende, e Dedé Teixeira, além do superintendente do Banco do Brasil,  Luis Carlos Moscado,superintende do Mapa no Ceará, Maria Luiza Rufino, presidente da Organização das Cooperativas do Ceará-OCB-CE, Nicédio Nogueira, presidente da Fetraece, José Militão, Superimntendente do Senar-CE, Anizio de Castro,  produtores de caju, presidentes de sindicatos rurais.   


          O secretário de Desenvolvimento Agrário do Estado, Nelson Martins, disse que  essa preocupação do senador Wellington Dias  de unir o setor publico com o privado deve ser exercitada de forma integrada, sem esquecer a educação e  a capacitação do produtor, levando em conta não somente a produção mas também a parte de gestão. No Ceara, ele disse que o governador  Cid vem tentando trabalhar os três pilares : o crédito, a assistência  técnica, que este ano será universalizado nos 184 municípios  com escritórios da Ematerce e a universalização das compras. Ele fez questão de  destacar a importância do Agropacto , ao trazer temas  da maior importância para o debate.Para ele, o senador Wellington é um exemplo do movimento sindical e de como partilhar  uma experiência que nasceu de uma necessidade.


 COOPERATIVISMO E CAPACITAÇÃO 

         Para o senador Wellignton Dias, o cooperativismo é a saída para o produtor enfrentar a globalização da economia com competitividade sendo também uma segurança para a indústria, que terá o produto assegurado. O senador defendeu também uma tarifa mais baixa de energia elétrica para o campo, abaixo de 40% das tarifas normais, e disse que vai lutar por isso junto a Comissão de Desenvolvimento Econômico do Senado, da qual faz parte. “Nós vivemos num mundo globalizado no grande esforço de integração, com mudanças tecnológicas, refletindo mudanças profundas entre as pessoas, na área do comércio, da indústria e da produção.  Daí ser  importante  pactuar para que o pequeno produtor  possa ter chance no mundo globalizado”, destacou.

            Em sua explanação o senador piauiense mostrou que seu Estado está fazendo a diferença no campo, porque investiu na capacitação do homem, fator que ele considera fundamental sendo inclusive uma das exigências para ser cooperado do Complexo COCAJUPI, cujo modelo inclui associações ou cooperativas e um conselho e executiva que  dirigem a Central, através de um contrato de pactuação com base industrial e comercial. Na pactuação, define-se entre outras coisas, a participação do sócio no resultado, de no mínimo 50% do  “lucro líquido”, datas do repasse, fiscalização e prestação de contas, cota mínima, etc.      Já o produtor  se obriga a ter um mínimo de 5 há de área, da parte da empresa o importante é garantir a participação do produtor daquilo que ele  agrega  valor, um outro caminho é ter um contrato de gestão  com a cooperativa. Algumas áreas envolvem o poder público, como a formação e qualificação do produtor, assistência técnica e pesquisa, onde a cooperativa tem que deixar um fundo para isso mas o governo também  tem que fazer a sua parte. Não  dá mais para formar o técnico agrícola  generalista, ele tem que ter especialidade em cada área,
Avanços, asseverou o senador Wellington.
         Para se efetivar na cooperativa o produtor tem que ter qualificação, ele tem que entender de caju. O  desafio é ter amplo conhecimento, pactuação com as linhas de crédito, envolver-se  na cadeia produtiva, produzir   mudas e adubos, ter equipamentos  que ajudam na expressiva redução dos custos de produção  tanto na central quanto nas fábricas, controles internos, recursos humanos qualificados,
      Antes de ser governador, por duas vezes, fui vereador e aos 25 anos já  conhecia todos os municípios do Piauí, quando todos diziam que o  Piauí era um Estado pobre, na realidade era uma região rica, com 6.100 km de rios perenizados, nada justificava  pobreza no Estado, disse Wellington Dias.  A partir deste conceito ele percebeu um dado importante, o Piauí tem 60 por cento da população vivendo no campo,a cidade maior é Parnaiba, com 150 mil habitantes,  e mais ou menos  150 municípios com população abaixo de 8 mil habitantes, enxerguei a partir  daí o desafio  estudar e investir no campo. Com planejamento e capacitação o campo  é algo viável, repetiu o senador.

        O Piauí tem 18 por cento de sua área cristalina, com tradição em plantação de caju, foi a partir da Embrapa do Ceará que passamos a trabalhar com o cajueiro anão precoce. A partir dessa experiência montamos  o  complexo Cocajupi ,colocando uma relação direta com o produtor  e a fabrica, cortando o intermediário, um ganho considerável. No entanto, o senador reconhece que a experiência com o mel dentro do Complexo do Cocajupi, tem trazido melhores resultados, do que propriamente com o caju. “A experiência do Mel através da casa Apis, foi a que obteve maior resultado com 28 entidades filiadas inclusive de outros estados, hoje somos  a maior industria do mel na América Latina. Estamos trabalhando agora a cultura do cajá.


SUBPRODUTOS SÃO APROVEITADOS

Os subprodutos da castanha podem ser usadas em varias finalidades, Inclusive na  alimentação. Hoje, a Cocajupi tem uma boa infra-estrutura, com o aproveitamento integral do caju, da casca, o oléo, a produção de derivados da fruta. Em quatro anos,  foram distribuídas   298 mil mudas desde a criação da Cooperativa do Piaui em 2006, com o apoio do governo estadual e até de e emendas parlamentares. Agora eles estão trabalhando a implementação de novas técnicas de produção, como a polpa congelada, cajuína, doce, ração, vista como um produto natural. A essência desse modelo é deixar um Fundo de cerca  de 0,20 kg bruto para formação, pesquisa e assistência técnica. , sem isso poderá ter  dificuldade em várias áreas inclusive na certificação do negócio. 


Debate 


Nicedio Nogueira  Presidente da  OCB-CE , entende  que cooperativa não se  cria, nasce,  discutir com o produtor a necessidade dele. O grande problema é a questão da gestão, precisamos de assistência técnica , lembrando que com o Sebrae e o Senar a OCB faz parte do sistema S(Secoop)que em   parceria com a Fetraece, trabalha na organização  e formação do pequeno produtor. Pediu ao senador para integrar-se ao movimento cooperativista no Congresso Nacional e comunicou o lançamento da agenda parlamentar esta semana No congresso nacional

Normando Soares- Vice-Presidente da Federação de Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará - Regional do Litoral Leste, e fundador do Blog "Sou produtor de Caju", ressaltou que o Agropacto já fez 28 reuniões sobre o caju, discutindo a problemática do Estado. Ele convocou os deputados e produtores para  ir ao Piauí conhecer esta realidade e replicar aqui no Ceará, para revitalizar a cajucultura,que necessariamente passa pelo aproveitamento do pedúnculo.

João Batista Pontes - presidente da Ascaju, ressaltou que o Piauí tem um vinculo muito grande com o Ceará, na questões da chuva , do  caju e frutos de mesa, o suco ,e que o  o Piauí vende suco para o Ceará,  vende mas caro a castanha por isso , nós  estamos trabalhando de olho no Piauí, pedindo no final  o estabelecimento do preço mínimo para a castanha .


Deputado Hermínio Rezende parabenizou o senador pelo planejamento do Piauí, investindo no conhecimento. Aqui no Cera investiu-se muito na avestruz, nós  precisamos investir onde dá certo, no mel, no caju, no projeto Pingo Dagua, em Quixeramobim que  deveria ser replicado em outros municípios, 


Deputado Dede Teixeira(PT), saudou companheiro Welington Dias como um das grande governador que conseguiu colocar a cultura do conhecimento para transformar a realidade daquele estado. Pela sua fala deu para compreender que e preciso quebrar este paradigma, hoje o Nordeste esta sendo encarado  com outra realidade, a nossa vocação para a  Cajucultura é  grande, o Duquinha está se revelando como o grande defensor do caju, nós  pela Pesca e Meio Ambiente, fazendo com que o Parlamento se incorpora nesta agenda,parabenizou o Agropacto pela persistência,


Sucupira- Gerente de Agronegócio do BB, teve o privilegio de trabalhar no Piauí quando o sendor foi governador, melhorando a condição de vida do pequeno produtor. Aqui nós tema a Copacaju, que tem um grande  problema de  capital de giro. Como fazer isso, a tempo certo e preço justo? 


Euvado Bringel, presidente do Instituto Frutal, que promove há 19 nos o Frutal, disse que o Ceará e hoje é o  terceiro  maior estado exportador de frutas do pais, graças a convergência de várias instituições, liderança e conhecimento são as Bases. Iremos em maio à  China para a maior feira de alimentos do mundo – a  Sial, ao tempo em que  convidou os produtores . Pediu ao senador que trabalhe pela redução da tarifa, de energia elétrica, que vai chegar  8  por cento de aumento  para o produtor rural.



-Rosália Aguiar - agrônoma, falou sobre um projeto  elaborado na consultoria sobre a cajuina, onde o produto foi considerado altamente competitivo com o suco de maçã nos Estados Unidos , mas o projeto não foi a frente. Já  fez  outro  projeto para criação da escola técnica de fruticultura Perilo TeixeirA, em Itapoca, por  falta de uma barragem que abastecesse  a escola, foi engavetado o projeto, isto  há 20 anos.  Outro projeto foi o da  Escola Técnica de caprino e ovino de Granja,  que também foi desativada . Nos já tivemos  o centro de pesquisa em caju no Ceará, mas não conseguimos transferir tecnologia., faz-sea pesquisa mas não se transfere. Outro problema e a questão ambientale das pragas que estão atacando os   pomares de cajueiro.


FRASES

O modelo de assentamento no Brasil esta falido.

Parabenizo  o Normando pelo Blog  Zé do Caju  e  pela obstinação em lutar pela causa do produtor de caju 





Fonte: Jornalista Silvana Frota - Assessora de Comunicação da FAEC

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