Visita técnica do Sebrae à Unidade Central de Cooperativas de Cajucultores do Estado do Piauí |
O
Piauí, segundo maior produtor brasileiro de castanha, conta
atualmente com dez mini-fábricas funcionando nos municípios de
Altos, Vila Nova do Piauí, Francisco dos Santos, Ipiranga do Piauí,
Itainópolis, Jaicós, Campo Grande do Piauí, Monsenhor Hipólito,
Pio IX e Santo Antônio de Lisboa. Os investimentos do projeto
ultrapassam os R$ 2,3 milhões. A Central de Cooperativas de
Cajucultores do Estado do Piauí (Cocajupi) congrega cerca de 400
famílias diretamente, e outras 500 pessoas são atendidas
indiretamente pela entidade. A Cocajupi é constituída por dez
cooperativas singulares, formadas a partir da adesão de associações
de pequenos produtores, com base na agricultura familiar.
Segundo
Francisco das Chagas da Costa Holanda, gerente de Carteira de Projeto
do Sebrae/PI, o projeto da cadeia produtiva do caju prevê a
implantação de um modelo centralizado de comercialização das
amêndoas. “Como a unidade central recebe o produto numa fase
intermediária de acabamento para selecionar e classificar as
amêndoas, garantindo sua qualidade, a contribuição de volumes
adequados por parte de todas as mini-fábricas permite a formação
mais rápida de lotes maiores de tipos de castanha, aumentando o
leque de clientes e facilitando a exportação”.
A
adesão da Cocajupi ao Projeto Mini-fábricas de Castanha de Caju
possibilita que os lotes de castanha recebidos de cada unidade pela
Central, depois de registrados pela quantidade e pela qualidade,
sirvam de referência para a correspondente participação nos lucros
das vendas, além de facilitar a comercialização dos produtos em
nove estados, estimulando a troca de informações sobre mercado.
A
cooperada Ana Cleide, de apenas 23 anos, é uma entusiasta dessa
troca de experiências. “Os conhecimentos repassados nos
treinamentos são muito importantes para o bom andamento do projeto.
No começo surge alguma dificuldade, mas depois a gente vai
aprendendo e fica melhor. E isso é muito importante; é algo a mais
para o nosso currículo”, ressalta.
O
presidente da Cocajupi, Vicente Cortez, projeta o atendimento a mil
famílias até o final de 2007. “Além dos benefícios aos
produtores de quem adquirimos a castanha, estamos interessados também
em fortalecer as famílias dos produtores, para que eles possam
organizar e melhorar seus pomares”, informa Cortez.
Recentemente
a Cocajupi realizou uma pesquisa sobre os seus cooperados, levantando
dados como escolaridade, áreas plantadas, produtividade, custo, etc.
Pelos resultados obtidos, é possível observar, por exemplo, o
crescimento da área cultivada e da produção colhida. Se em 2005,
para uma área de 162 mil hectares, a produção foi de 24 toneladas,
em 2006 a área plantada chegou a 190 mil – e a produção passou
das 41 toneladas. Vale lembrar que cada mini-fábrica tem capacidade
para beneficiar aproximadamente 208 toneladas de castanha de caju por
ano.
A
força das parcerias
Seleção e classificação das amêndoas na Central de Cooperativas de Cajucultores do Estado do Piauí |
Além de FBB e Sebrae, o projeto tem outros parceiros importantes no Piauí, como a Secretaria de Desenvolvimento Rural, executora dos projetos de revitalização das mini-fábricas de Altos, Francisco Santos, Vila Nova e a construção da Central; a Companhia de Desenvolvimento do Piauí, que aportou recursos para a construção das redes elétricas das novas mini-fábricas; a Companhia Nacional de Abastecimento, parceira técnica que faz a compra antecipada da matéria-prima, financiando recursos para a aquisição da safra; e a Fundação Unitrabalho, da Universidade Federal do Piauí, que apóia a estrutura social com base na economia solidária e sustentável.
Segundo
a gestora do Projeto Cajucultura do Piauí, Geórgia Alcântara da
Costa Pádua, ao longo de 2007 foram promovidas diversas atividades
para incrementar os resultados da iniciativa no estado. “Com o
Sebrae/PI, por exemplo, promovemos um curso de segurança na operação
de caldeiras, no município de Jaicós; outro curso foi com o IPGNA –
Iniciando um Pequeno Grande Negócio Agro-Industrial de Caju, no
município de Ipiranga, dirigido aos diretores das cooperativas
singulares e gerentes das mini-fábricas. Também realizamos as
capacitações de beneficiamento de castanha de caju no chão de
fábrica, treinamento para as atividades operacionais das
mini-fábricas nos municípios de Ipiranga, MonsenhorHipólito,
Francisco Santos, Campo Grande do Piauí, Vila Nova do Piauí,
Itainópolis e Pio IX”, detalha.
Ainda
no âmbito dessas atividades, a Cocajupi participou do curso de
manejo da produção do caju; de um evento realizado pelo Sebrae para
contatos comerciais com potenciais compradores de amêndoas de
castanha de caju no Estado de São Paulo, além de feiras e
exposições.
O
empenho dos parceiros nacionais e locais do projeto, e o acesso que
os agricultores passaram a ter aos cursos e eventos de troca de
experiência, têm ajudado a transformar a realidade de vida de
centenas de pequenos produtores do Piauí. Os resultados alcançados
até aqui demonstram, mais uma vez, que a união de esforços em
torno da disseminação de uma tecnologia social de sucesso, como é
o caso das mini-fábricas, constitui-se num efetivo caminho para a
melhoria da produtividade e da qualidade de vida do agricultor
familiar.
Fonte: RTS - Rede de Tecnologia Social (Clique Aqui!)
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