domingo, 4 de março de 2012

Cajucultura, no Piauí – Cooperação e parceria



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Visita técnica do Sebrae à Unidade Central de Cooperativas de Cajucultores do Estado do Piauí

O Piauí, segundo maior produtor brasileiro de castanha, conta atualmente com dez mini-fábricas funcionando nos municípios de Altos, Vila Nova do Piauí, Francisco dos Santos, Ipiranga do Piauí, Itainópolis, Jaicós, Campo Grande do Piauí, Monsenhor Hipólito, Pio IX e Santo Antônio de Lisboa. Os investimentos do projeto ultrapassam os R$ 2,3 milhões. A Central de Cooperativas de Cajucultores do Estado do Piauí (Cocajupi) congrega cerca de 400 famílias diretamente, e outras 500 pessoas são atendidas indiretamente pela entidade. A Cocajupi é constituída por dez cooperativas singulares, formadas a partir da adesão de associações de pequenos produtores, com base na agricultura familiar.

Segundo Francisco das Chagas da Costa Holanda, gerente de Carteira de Projeto do Sebrae/PI, o projeto da cadeia produtiva do caju prevê a implantação de um modelo centralizado de comercialização das amêndoas. “Como a unidade central recebe o produto numa fase intermediária de acabamento para selecionar e classificar as amêndoas, garantindo sua qualidade, a contribuição de volumes adequados por parte de todas as mini-fábricas permite a formação mais rápida de lotes maiores de tipos de castanha, aumentando o leque de clientes e facilitando a exportação”.

A adesão da Cocajupi ao Projeto Mini-fábricas de Castanha de Caju possibilita que os lotes de castanha recebidos de cada unidade pela Central, depois de registrados pela quantidade e pela qualidade, sirvam de referência para a correspondente participação nos lucros das vendas, além de facilitar a comercialização dos produtos em nove estados, estimulando a troca de informações sobre mercado.

A cooperada Ana Cleide, de apenas 23 anos, é uma entusiasta dessa troca de experiências. “Os conhecimentos repassados nos treinamentos são muito importantes para o bom andamento do projeto. No começo surge alguma dificuldade, mas depois a gente vai aprendendo e fica melhor. E isso é muito importante; é algo a mais para o nosso currículo”, ressalta.

O presidente da Cocajupi, Vicente Cortez, projeta o atendimento a mil famílias até o final de 2007. “Além dos benefícios aos produtores de quem adquirimos a castanha, estamos interessados também em fortalecer as famílias dos produtores, para que eles possam organizar e melhorar seus pomares”, informa Cortez.

Recentemente a Cocajupi realizou uma pesquisa sobre os seus cooperados, levantando dados como escolaridade, áreas plantadas, produtividade, custo, etc. Pelos resultados obtidos, é possível observar, por exemplo, o crescimento da área cultivada e da produção colhida. Se em 2005, para uma área de 162 mil hectares, a produção foi de 24 toneladas, em 2006 a área plantada chegou a 190 mil – e a produção passou das 41 toneladas. Vale lembrar que cada mini-fábrica tem capacidade para beneficiar aproximadamente 208 toneladas de castanha de caju por ano.
A força das parcerias


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Seleção e classificação das amêndoas na Central de
 Cooperativas de Cajucultores do Estado do Piauí

Além de FBB e Sebrae, o projeto tem outros parceiros importantes no Piauí, como a Secretaria de Desenvolvimento Rural, executora dos projetos de revitalização das mini-fábricas de Altos, Francisco Santos, Vila Nova e a construção da Central; a Companhia de Desenvolvimento do Piauí, que aportou recursos para a construção das redes elétricas das novas mini-fábricas; a Companhia Nacional de Abastecimento, parceira técnica que faz a compra antecipada da matéria-prima, financiando recursos para a aquisição da safra; e a Fundação Unitrabalho, da Universidade Federal do Piauí, que apóia a estrutura social com base na economia solidária e sustentável.

Segundo a gestora do Projeto Cajucultura do Piauí, Geórgia Alcântara da Costa Pádua, ao longo de 2007 foram promovidas diversas atividades para incrementar os resultados da iniciativa no estado. “Com o Sebrae/PI, por exemplo, promovemos um curso de segurança na operação de caldeiras, no município de Jaicós; outro curso foi com o IPGNA – Iniciando um Pequeno Grande Negócio Agro-Industrial de Caju, no município de Ipiranga, dirigido aos diretores das cooperativas singulares e gerentes das mini-fábricas. Também realizamos as capacitações de beneficiamento de castanha de caju no chão de fábrica, treinamento para as atividades operacionais das mini-fábricas nos municípios de Ipiranga, MonsenhorHipólito, Francisco Santos, Campo Grande do Piauí, Vila Nova do Piauí, Itainópolis e Pio IX”, detalha.

Ainda no âmbito dessas atividades, a Cocajupi participou do curso de manejo da produção do caju; de um evento realizado pelo Sebrae para contatos comerciais com potenciais compradores de amêndoas de castanha de caju no Estado de São Paulo, além de feiras e exposições.

O empenho dos parceiros nacionais e locais do projeto, e o acesso que os agricultores passaram a ter aos cursos e eventos de troca de experiência, têm ajudado a transformar a realidade de vida de centenas de pequenos produtores do Piauí. Os resultados alcançados até aqui demonstram, mais uma vez, que a união de esforços em torno da disseminação de uma tecnologia social de sucesso, como é o caso das mini-fábricas, constitui-se num efetivo caminho para a melhoria da produtividade e da qualidade de vida do agricultor familiar.

Fonte: RTS - Rede de Tecnologia Social (Clique Aqui!)

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