Sr. João Batista, presidente da ASCAJU |
O presidente da Associação dos Cajucultores do Estado do Ceará (ASCAJU), João Batista Ponte, que dirigiu a reunião ordinária da Câmara Setorial de Cajucultores, no dia 24 de novembro, no auditório do Fórum de Beberibe, explicou ao Zé do Caju os objetivos da entidade. Sr. João Batista é produtor de caju, possui uma fazenda com 4 mil hectares, em Cascavel, onde desenvolve a atividade. Confira a entrevista.
Zé do Caju - O que é a ASCAJU?
João Batista - É a Associação dos Cajucultores do Estado do Ceará, fundada em 10 de setembro de 2003, como sociedade civil de direito privado e sem fins lucrativos, com sede na cidade de Fortaleza e atuação em todo o estado do Ceará, com o objetivo de desenvolver a cajucultura.
Zé - Quais os objetivos da entidade?
João Batista - Defender os interesses e promover a integração dos produtores de caju, contribuindo para o fortalecimento do agronegócio do caju.
Zé - Como a ASCAJU tem realizado a defesa dos direitos dos produtores de caju?
Jõao Batista - Promovendo ações que contribuem para o desenvolvimento da cajucultura, pleiteando medidas do seu interesse e buscando soluções para questões que visem o seu fortalecimento e comercialização.
Zé - Quais as principais reivindicações dos produtores de caju?
João Batista - Apoiar políticas que visem ao desenvolvimento econômico, tecnológico, ambiental e à elevação do bem-estar social de todos os produtores do caju, visando o aumento de produtividade dos pomares e melhor aproveitamento de todos os seus derivados, e principalmente na melhoria do preço de venda da castanha in natura.
Zé - Atualmente, qual o preço pago por cada quilo de castanha no Ceará?
João Batista - Na intermediação temos uma redução bem abaixo dos R$1,20 pagos pelas indústrias às castanhas de boa qualidade colocadas em suas fábricas, o que é realmente um preço reduzido se comparados aos, aproximadamente, R$3,00 vendidos no ano passado, e este ano para os importadores do continente africano.
Zé - A cultura do caju é uma atividade economicamente viável para o Estado do Ceará?
João Batista - Consideramos que sim para os beneficiadores, pois continua em 1º. lugar na pauta de exportações do Estado, porém para o produtor rural tem sido uma sequência de safras não compensativas.
Zé - A cajucultura é uma atividade tradicional do Estado e, mesmo assim, pode está ameaçada de desaparecer esta cultura?
João Batista - Se considerarmos que produzimos somente 40 mil/ton, em 2010, e uma safra que não passará de 80 mil/ton, em 2011, com um inverno considerado normal, ficava comprovado a inexistência da rentabilidade e o empobrecimento dos produtores. Se a substituição dos pomares continuar insuficiente para repor o que é perdido anualmente numa situação deficitária, certamente que sua cultura irá desaparecer em prazo muito curto.
Zé - O Governo do Estado tem contribuído com o desenvolvimento do segmento?
João Batista - Tem contribuido de forma reduzida, pois a assistência técnica não cobre todos os segmentos por motivo institucionais que precisam ser alterados, o mesmo vem acontecendo com o incentivo a renovação dos pomares, assim como uma linha de crédito especial favorecendo a todos fatores ligados ao segmento.
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