Quando completei 40 anos de exercício como engenheiro agrônomo extensionista, decidi celebrá-los com a seguinte reflexão: o que eu faria se, depois de quatro décadas, tivesse que começar tudo outra vez? Se isso acontecesse, eu não atribuiria aos outros a culpa pelos problemas dos agricultores, não pediria que os outros solucionem os seus problemas, não solicitaria que os governos outorguem mais créditos e subsídios aos nossos produtores rurais, tampouco reivindicaria que os países ricos deixassem de concedê-los aos seus privilegiados agricultores. Adotaria tal atitude por estar convencido de que continuar fazendo essas propostas estéreis significaria perder tempo e por entender que existem atitudes e atividades muitíssimo mais construtivas que um extensionista pode e deve adotar e executar. Em substituição a essas reivindicações inviáveis e/ou ineficazes, eu trataria de desenvolver as capacidades e competências das famílias rurais para que elas mesmas possam resolver os seus problemas, sem necessitar de ajudas externas. Com tal fim, faria algo tão simples e "descomplicado" como o seguinte:
1. Convidaria os agricultores a um diálogo franco e realista, no qual lhes diria, sem rodeios nem meias palavras, o seguinte: não percam tempo esperando que os governos, atuais ou futuros, solucionem os seus problemas, pois tal probabilidade é extremamente remota, não necessariamente porque os governantes não queiram, mas sim porque não reúnem - e não reunirão em um futuro previsível - as condições políticas, operativas nem financeiras para fazê-lo. Em virtude da crônica - e aparentemente incorrigível - inoperância e ineficiência governamental, proporia a eles que adotem a medida radical deemancipar-se da dependência do paternalismo estatal. (Ler mais ? Clique aqui!)
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