quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Túnel do tempo: "Cajucultura em alta" / Quinta-feira 16 de setembro de 1999





Diz o jornal da época"

  "Não desejam os empresários da agroindústria do caju nada a mais do que o governo vem deferindo aos produtores de cacau da Bahia. Pleito justo, esta linha de crédito se ajusta às providências anunciadas pelo governo federal para aumentar as exportações, como parte do esforço para gerar divisas imprescindíveis ao eqüilibrio do comércio exterior."

Porque isto foi deixado de lado ? 

12 anos depois, e nada aconteceu, os problemas são os mesmos...

Vejam a coerência do autor... Falando a verdade sobre as safras !

  Os problemas estruturais da cajucultura começam pela produção. Em 1987, a safra de castanha correspondeu a tímidas 50 mil toneladas. No ano seguinte, houve o salto significativo de l5 mil toneladas. Em 1990, caiu para 52 mil, com uma reação, no ano seguinte, para 75 mil, para registrar queda brusca para 45 mil toneladas em 1992, e para 22 mil toneladas em 1993, quando a castanha nativa quase chega ao fim.

     A reação começou em 1994, com 68 mil toneladas; continuou em 1996, com 83 mil toneladas, para reduzir-se a apenas 38 mil toneladas em 1987. As estimativas da safra deste ano são otimistas, prevendo-se uma produção entre 80 mil e 84 mil toneladas de castanha. Mesmo assim, para garantir o volume de exportação, o parque industrial ainda adquiriu 12 mil toneladas de castanha, principalmente na Nigéria.

Nós precisamos que isto acima aconteça hoje e precisamos da ajuda dos Industriais para nos ajudar nesta luta em busca da produção, esqueçam um pouco de vocês e lembrem de nós produtores

Não sei quem escreveu este artigo, mas está de parabéns pela visão na época, e agora ?

SE ALGO TIVESSE SIDO FEITO NA ÉPOCA, NÃO TERÍAMOS CHEGADO ONDE CHEGAMOS !

VALE A PENA LER TODO E REFLETIR !

Veja na íntegra !

 A safra de caju deste ano está sendo iniciada dentro das perspectivas abertas pelo Programa Especial de Exportações. Lançado pelo governo federal, este é um dos poucos estímulos oferecidos para melhoria das exportações cearenses, dinamizando o comércio externo e gerando maior saldo de divisas para o País.

     Em paralelo, começa a ser posto em prática o Programa de Desenvolvimento Sustentável da Cajucultura do Ceará. Ele traz metas ambiciosas, entre elas, as de dobrar a produção e as exportações de castanha nas próximas safras, eliminando a atual dependência do mercado africano, para suprir a falta de matérias-primas geradas pelas crises vivenciadas no mercado interno.

     A exploração agroindustrial da castanha de caju é a melhor demonstração do quanto pode render ao Nordeste brasileiro a ampliação dos seus pólos de fruticultura. Concebido pela visão do governador César Cals, na década de 70, o incremento industrial das amêndoas da castanha e dos 17 outros subprodutos do caju começou, como toda atividade inovadora, enfrentando mais dificuldades e objeções do que apoio e estímulo.

     Mesmo assim, a floresta de cajueiros, imaginada pelo ex-governador para ocupar os solos rasos e arenosos do litoral cearense, quase se transformou em realidade entre os anos 70 e 80, com algumas falhas naturais. Com o tempo, os avanços das pesquisas agronômicas desenvolveram uma árvore de menor porte, mais resistente e com maior capacidade de produção e de produtividade, sem termos de comparação com os cajueiros nativos.

     Não se compreende, nem se aceita a indiferença oficial imposta à cajucultura, quando ela mais necessitava de estímulos para se consolidar, depois de demonstrar sua viabilidade e de abrir para o Ceará um amplo mercado externo, potencialmente comprador da amêndoa, do suco e do LCC, óleo essencial, de valor estratégico e de alta cotação no mercado internacional.

     Os problemas estruturais da cajucultura começam pela produção. Em 1987, a safra de castanha correspondeu a tímidas 50 mil toneladas. No ano seguinte, houve o salto significativo de l5 mil toneladas. Em 1990, caiu para 52 mil, com uma reação, no ano seguinte, para 75 mil, para registrar queda brusca para 45 mil toneladas em 1992, e para 22 mil toneladas em 1993, quando a castanha nativa quase chega ao fim.

     A reação começou em 1994, com 68 mil toneladas; continuou em 1996, com 83 mil toneladas, para reduzir-se a apenas 38 mil toneladas em 1987. As estimativas da safra deste ano são otimistas, prevendo-se uma produção entre 80 mil e 84 mil toneladas de castanha. Mesmo assim, para garantir o volume de exportação, o parque industrial ainda adquiriu 12 mil toneladas de castanha, principalmente na Nigéria.

     Os produtores defendem, junto ao Banco do Brasil, a linha de crédito de R$ 300 milhões para substituição dos cajueiros improdutivos pela nova espécie desenvolvida nos laboratórios da Embrapa, capaz de imprimir a essa atividade econômica novo rumo em termos de produção, produtividade, geração de divisas e multiplicação de empregos.

     Não desejam os empresários da agroindústria do caju nada a mais do que o governo vem deferindo aos produtores de cacau da Bahia. Pleito justo, esta linha de crédito se ajusta às providências anunciadas pelo governo federal para aumentar as exportações, como parte do esforço para gerar divisas imprescindíveis ao eqüilibrio do comércio exterior.

     Atuando na contramão da história, a economia primária do Ceará perdeu a liderança na produção do algodão, da cera de carnaúba, da oiticica e da mamona, por razões de mercado, de tecnologia e de incúria. O caju andou bem próximo desse destino. A tenacidade dos seus empresários está construindo nova época nessa trajetória de avanços e recuos.

     
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